Na parte da manhã deste evento foram realizados dois Firetalks envolvendo 10 paricipantes de diversas organizações. O primeiro tema foi: As Fintech’s e os serviços financeiros. Concorrência disruptiva versus colaboração evolutiva. Esta conversa foi moderada pelo José Samo Gudo (TabluTech) e contou com a presença de Salomão David (ARECOM), Sara Fakir (Ideialab), João Freire de Andrade (Portugal Fintech), Ivo Vilhena (Millennium BIM) e Fei Manheche (Robobo).
O segundo tema foi: Green Fields de oportunidades para as Fintechs. O moderador foi o Helder Buvana (FSDMoc) e contou com a presença de Abneuza Estefania (MozDevz), Claudio Banze (Standard Bank), Sarah Corley (DFI) e Mulweli Rebelo (Ologa).
O debate criado à volta destes dois temas, gerou um conjunto de interessantes pontos de reflexão e recomendações que devem ser aprofundados e implementados pelas diversas organizações do sector. Destacam-se as seguintes notas relevantes:
As Fintechs devem estar mais abertas a processos de colaboração do que querem ser concorrentes com os incumbentes do sector. Por outro lado, estes (incumbentes) devem abrir as portas às Fintechs de modo a trabalharem em conjunto na mudança de processos mais “legacy” e na implementação de soluções inovadoras catalisadoras de maior inclusão financeira.
A nível dos incumbentes deve ser criado uma figura de “Champion de inovação” que seja o ponto de diálogo e de abertura com as startups fintechs para avaliação de parcerias. No entanto estes incumbentes devem evita o processo de absorção de quadros das Fintechs esvaziando empresas que deles dependem e deste modo limitando a inovação fora das grandes organizações.
É necessário investir na criação de talentos nesta área de serviços financeiros digitais e a DFI tem sido um organismo que potencia esse conhecimento existindo várias pessoas em Moçambique com novos skills nesta área. No entanto as organizações que beneficiam destes quadros com maior formação tem também de criar mecanismos que permitam reter esse talento dentro das empresas nomeadamente as pequenas startups Fintech que vivem suportadas num reduzido quadro de pessoal e onde a mudança destes pode originar riscos na continuidade dos serviços prestados.
Foi também considerado importante criar um ecossistema de desenvolvimento de startups Fintech envolvendo todos os stakeholders como incumbentes, operadores, reguladores, valências legais, mentoring, coaching e outros especialistas. Neste aspecto foi relevante a explicação do modelo Fintech House apresentado pelo João Freire de Andrade e implementado pela Associação Portugal Fintech em Lisboa.
Na segunda parte da manhã tivemos uma apresentação efectuada pelo Dr. Arlindo Lome, Director do gabinete de inclusão financeira e responsável sobre a SandBox Regulatório do Banco de Moçambique onde foram explicados os procedimentos de acesso à SandBox e o trabalho que o Banco está afazer nesta área de regulação dos novos prestadores e serviços financeiros.
A Profª Esselina Macome efectuou de seguida a apresentação do Relatório das Fintechs de Moçambique 2020 que será publicado em breve. Este relatório tem uma visão histórica do percurso desenvolvido fundamentalmente pela FSDmoc desde 2016 na dinamização de startups e lançamento de soluções Fintech/Insuretech culminando na criação da FINTECH.MZ. O relatório será produzido em Português e Inglês e conta com testemunho de diversas individualidades do sector financeiro bem como uma apresentação das empresas Fintech e Insuretech a operar no país. Foi também lançado o desafio à FINTECH.MZ para dar continuidade a este relatório anual sendo responsável pela sua produção a partir de 2021.
De seguida foi efectuada pelo seu presidente, João Gaspar, a apresentação oficial da Associação das Fintechs de Moçambique – FINTECH.MZ onde foram elencadas algumas acções já em curso e os planos futuros quer em termos de iniciativas a realizar quer dos desafios de organização e suporte da Associação.
Por último foram apresentados os membros da direcção da FINTECH.MZ